História da AMD

A história da AMD (Advanced Micro Devices) é um exemplo inspirador de resiliência e inovação. Fundada em 1969 por Jerry Sanders e antigos colegas da Fairchild Semiconductor, a empresa começou de forma modesta, a produzir chips de memória e lógica. No entanto, o que realmente marcou o seu percurso foi a entrada no competitivo mercado de processadores, onde se tornou uma forte rival da Intel.

Nos anos 1970, a AMD começou por fabricar versões licenciadas de processadores, como o Intel 8080, aproveitando essa experiência para se afirmar no mercado. Em 1982, assinou um acordo com a Intel para produzir processadores baseados na arquitetura x86, que era essencial para os computadores pessoais da época. O fim do acordo com a Intel motivou a AMD a criar processadores próprios, conquistando independência no mercado.

O primeiro grande marco aconteceu em 1996 com o lançamento do K5, um processador criado para competir com o famoso Pentium da Intel. Apesar de alguns desafios iniciais, a AMD começou a ganhar destaque com a série K6, especialmente o K6-2, que oferecia um bom desempenho a preços mais acessíveis. Contudo, o verdadeiro ponto de viragem aconteceu em 1999 com o lançamento do Athlon, que suprou o Pentium III da Intel e demonstrou que a AMD estava pronta para liderar.

Em 2003, a AMD fez história com o lançamento do Athlon 64, o primeiro processador x86 de 64 bits para desktops. Este processador trouxe avanços importantes, como o controlador de memória integrado e a tecnologia HyperTransport, que tornaram os computadores mais rápidos e eficientes. No segmento de servidores, a linha Opteron destacou-se pelo desempenho, conquistando a confiança de empresas e centros de dados.

Apesar dos avanços com o Athlon 64, a AMD enfrentou desafios significativos entre 2006 e 2016. A Intel dominava o mercado com a sua linha Core, conhecida pela eficiência e desempenho, enquanto a AMD cometia erros com a microarquitetura Bulldozer, lançada em 2011. Os planos apresentados acabaram por não corresponder às expectativas, o que resultou na perda de mercado e em problemas financeiros para a empresa.

Em 2017, voltou em força com a linha Ryzen, baseada na arquitetura Zen. Estes processadores trouxeram um desempenho impressionante, eficiência energética e preços competitivos. Com evoluções constantes, como as arquiteturas Zen+, Zen 2, Zen 3 e Zen 4, a AMD recuperou a sua posição de destaque no mercado de computadores pessoais e servidores. A linha EPYC, dedicada a centros de dados, também contribuiu para o sucesso no segmento empresarial.

Outro grande passo foi dado em 2020 com a aquisição da Xilinx, que permitiu à AMD expandir-se para áreas como inteligência artificial e computação de alto desempenho. Hoje, com tecnologias de ponta como os chiplets modulares e a litografia avançada, a AMD continua a inovar e a desafiar o mercado.

A AMD continua a redefinir os limites da tecnologia com inovações de vanguarda. A sua história não é apenas uma trajetória de produtos e processos, mas uma inspiração para a indústria e para quem acredita no poder da reinvenção.